O que um cientista pode ensinar a um investidor?
Em 2002, em uma conversa descontraída com um colega de trabalho, dentro de um elevador, ele me contou uma passagem de um livro “engraçado” que ele estava lendo.
O livro era “Deve ser Brincadeira Sr. Feynman!” de Richard Phillips Feynman; uma autobiografia não convencional de um físico que ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1965 e que trabalhou nos primórdios do Projeto Manhattan – o programa norte-americano que desenvolveu a bomba atômica.
Sabendo que, como profissional e investidor, eu precisava aprender e adquirir muito conhecimento, ouvir algumas histórias divertidas de um gênio da ciência (que inclusive deu aulas universitárias no Brasil por um curto tempo) me chamou atenção. Acabou sendo muito inspirador na minha caminhada.
Reunindo histórias engraçadas e curiosas de sua vida, em vez de focar apenas em sua carreira acadêmica ou no Prêmio Nobel, Feynman compartilha episódios que revelam sua personalidade irreverente, curiosa e apaixonada por aprender. Ele mostra como sempre buscou olhar o mundo com olhos de explorador, questionando verdades estabelecidas e experimentando sem medo.
Entre as histórias, ele conta sua infância cheia de invenções, sua paixão por desmontar objetos para entender como funcionavam, e suas experiências em Princeton e no projeto Manhattan. Ao longo das memórias, surgem relatos divertidos de quando aprendeu a abrir cofres apenas por curiosidade, ou quando se envolveu em aventuras inusitadas ao redor do mundo.
Para ele, aprender não precisava ser algo sisudo, mas uma atividade prazerosa, quase um jogo. Essa abordagem fez dele não só um grande físico, mas também um excelente comunicador da ciência.
Aqui estão os principais temas e ensinamentos de “Deve Ser Brincadeira, Sr. Feynman!” em lista rápida:
- Curiosidade sem limites – Questionar tudo, desmontar, experimentar e aprender por conta própria.
- Alegria em aprender – Estudar e pesquisar não precisam ser sérios ou pesados; podem ser divertidos.
- Pensamento independente – Não seguir regras só porque “sempre foi assim”; é preciso testar e confirmar.
- Criatividade fora da ciência – Explorar hobbies (como música e desenho) amplia a visão de mundo.
- Humildade e humor – Rir de si mesmo e enxergar a vida com leveza ajuda a lidar com fracassos e pressões.
- Coragem de arriscar – Entrar em situações novas, mesmo sem saber tudo, como uma forma de aprendizado.
- Ciência como jogo – A pesquisa é mais produtiva quando encarada com espírito lúdico e exploratório.
- Autenticidade – Viver sem se importar com o que os outros pensam, valorizando a própria liberdade.
No fundo, Feynman ensina que o segredo não é apenas acumular conhecimento, mas manter a curiosidade viva e a mente aberta para experimentar o mundo.
Ele mostra que rir de si mesmo, desafiar convenções e explorar novas áreas do conhecimento tornam a vida mais rica e divertida. É um livro inspirador para cientistas, investidores, estudantes e qualquer pessoa que queira evoluir e encarar o mundo com mais leveza e criatividade.